E como nestas alturas as palavras falham, não me vou prolongar muito.
Este post é inteiramente dedicado ao nosso Grande Chefe Tóvar, por todos os bons momentos que nos proporcionou ao longo da sua vida escutista, por todos os ensinamentos, por tudo…
Sem muito mais a dizer… Até Sempre!
2 comentários:
...até sempre...
Era o momento certo do dia exacto.
O chefe dormia, descansava,
E prolongava o seu repouso,
Após a última grande actividade.
Como sempre, empenhara-se a fundo
Atrevera-se até ao pormenor
Querendo dar o seu melhor.
E de tão bem o ter conseguido
Necessitou de uma pausa maior.
E foi no seu merecido sossego
Que pôde saborear, em calma
A proximidade extrema
Do fim de todos os trilhos
Que a si foram destinados.
Fim de pista à vista!
E na sua dormente sonolência
Oferecida por quem lhe quis bem
Foi capaz de uma doce invenção:
Um esgar de sorriso para oferecer
A todos os que não voltaria a ver.
O chefe partiu sereno e sorridente
Em paz com esta sua existência
E conformado com o fim do agradável jogo.
Pudemos testemunhá-lo no seu último leito.
O chefe era meu amigo
Mas também o era de todos os outros
E era irmão de todos os escutas.
Escuteiro e homem carismático
Ninguém que o conheceu o pôde ou poderá esquecer
Foi filho e pai, marido, avô, amigo, sogro, irmão...
Plantou árvores e protegeu os animais...
Terá ficado algo por escrever?!...
Nem sei, mas que importa
Se todos o soubemos tão bem ler?!
De trato fácil e explicação pronta
Com ele aprendíamos sempre que nos cruzávamos
E que novidades curiosas, que facilidades para a vida!
O chefe sorriu-nos para nos mostrar
Que de uma vida preenchida
Não se parte com tristeza.
O chefe sorriu-nos por nos amar
Subtilmente mostrou-nos a beleza
Da passagem para outra dimensão.
Foi um último ensinamento
Mesmo sem visualizar os aprendentes
E tal não terá passado despercebido
A quem o amou e se despediu dele
Com uma última presença física...
O chefe era o Tovar, figura emblemática
E ninguém lhe tomará o lugar
Porque a sua existência foi exemplar.
É um chefe que não morreu.
Ele, como proclamou Camões,
Foi-se da lei da morte libertando
E só vai partir de facto daqui a muito
Quando já os netos tiverem contado dele
Todas as suas histórias aos seus trinetos.
O chefe era o meu sogro.
Vi-o a 15 e 16 de Junho
E vou lembrar para sempre
O seu sorriso suave de despedida
Que ele esboçou para todos
No momento certo do dia exacto.
Guida Palhota
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